domingo

No meu sonho você não é paz.
É como se fosse carnaval por dentro.
É frevo tomando o pensamento,
é tormento demais.
Você beija, sopra, mordisca,
bate, cheira, belisca,
com toda autoridade de um metro e meio.
Me fala palavras sem sentido,
me cobre de sensações sem contexto.
Me sobra, derrama, derruba, desfaz.
E nos mesmos braços que encontro abrigo,
a forca do gesto que me rejeita.
Não importa o que tenhamos sido
se eu tivesse te tido efêmera de pretextos.
É nos teus olhos que reside o perigo,
e eu nao evito nada do que você faz.
No meu sonho você imita
as coisas das quais a paixão é feita;
Devastadora, bombástica, desesperada,
a beira de um penhasco sem freio.
E mesmo no sonho eu fico adorando
qualquer movimento que chama.
Sofrimento cruel pra quem ama.
Assombração pra quem vive sonhando...

Acordada.

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