segunda-feira

Perdi a vontade do risco,
da morte certeira.
Aquele frio na barriga.
Aquela dor já amiga,
agora é a violência
das palavras já ditas.

Caminhei pela estrada 
que dá num abismo.
Caminhei até calejar os pés,
calejar as mãos,
calejar a graça da brincadeira.
Perdi o tesão.
De invadir cada espaço vazio.
De dar o coração pra porrada.
De dar de comer pro escuro;
pobre, chulo, vadio. 
Que quando olhado de perto,
não se vê nada.

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